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Primavera Valenciana | Relembre o evento

Em fevereiro 2012, acontecia uma onda de protestos de estudantes na comunidade de Valência, na Espanha e acabavam por chamar atenção de todo o mundo, recebendo, inclusive, o nome de “Primavera Valenciana” – em alusão à luta por libertação de governos autoritários, de povos do Oriente Médio. O motivo: o protesto foi pacífico, mesmo sob forte repressão – e violência – policial.

Primavera Valenciana

Esses estudantes que participaram da Primavera Valenciana desejavam que os investimentos feitos na comunidade valenciana – que incluem corridas de Fórmula 1 e competições náuticas caras – envolvesse também o sistema de ensino público local. O sistema de aquecimento das escolas, por exemplo, estão em mal estado, dificultando a permanência dos alunos em épocas de baixas temperaturas.

Para se ter uma ideia do rombo do orçamento da educação, o Governo tem uma dívida de mais de R$ 120 milhões com as escolas, além de promover um corte de mais de R$ 420 milhões no orçamento. Algumas instituições de ensino declararam encurtar o ano letivo.

Diversos escândalos de corrupção que envolveu o governo regional também aumentaram a voltagem da revolta da população, que foi em protestos pelas praças e ruas da região. O que fez com que os protestos na primavera valenciana ficassem conhecidos em todo o mundo foi justamente o caráter pacifista dos envolvidos, que enfrentaram a polícia, o medo da repressão e da violência com as mãos levantadas, contendo livros, em uma alusão ao estado de falência da educação local.

Essa série de embates foi filmada e repercutiu via internet, em canais como o YouTube, ganhando o mundo e gerando críticas severas da comunidade internacional à violência das forças policiais, que resultaram em dezenas de jovens feridos. Como consequência à violência policial, grupos ainda maiores tomaram outras cidades espanholas, incluindo a capital, Madri, para sair em solidariedade aos estudantes de Valencia, utilizando o slogan “Somos o povo, não o inimigo”.

Com o aumento dos protestos, os novos manifestantes também começam a investir de maneira mais violenta, com carros e bens públicos incendiados, e mais confrontos. Uma das razões para a indignação geral dos espanhóis é que os estudantes que compareceram à primavera valenciana receberam apoio de pais e, inclusive, de forças políticas importantes da Espanha. Além disso, como arma, era apenas a primavera valenciana livro, ou seja, nenhum tiro disparado, apenas o símbolo concreto do poder devastador – e renovador – da palavra e a força da educação.