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Eu e Outras Poesias – livro de Augusto dos Anjos

livro Eu e Outras Poesias, de Augusto dos AnjosO livro “Eu e Outras Poesias”, do poeta Augusto dos Anjos, é amplamente estudada até os dias atuais. O autor, que foi considerado um dos melhores escritores do início do século XX, é daqueles poetas que não se enquadra em escola literária alguma, que são contraditórios e geniais em suas obras, e por isso ficam marcados na história da literatura. O livro fora editado pela primeira vez no ano de 1912. Porém, como a obra se caracteriza por ser a junção de outras duas, o livro “Eu e o Outras Poesias”, inicialmente o livro chamava-se apenas “Eu”, sendo posteriormente adicionado o segundo livro.

O organizador do livro, Órris Soares, entrelaçou a criação anterior de seus poemas junto dos atuais e com isso o resultado final foi a edição publicada em 1920. A publicação se deu na Imprensa Oficial da Paraíba, trazendo além da obra, também o prefácio do responsável pela coletânea Órris Soares.

O livro “Eu e Outras Poesias” foi fruto de todas as inclinações literárias vigentes do período do fim do século XIX até o início do século XX. Assim, Augusto não deixou de captar as inspirações de movimentos como o Parnasianismo e outros, e trouxe em sua principal criação inúmeros elementos que, vieram a ser mais tarde, defendidos pelo movimento Modernista.

Mas isso não quer dizer que Augusto dos Anjos fosse modernista, parnasiano ou pertencente a qualquer outra escola ou corrente literária. Assim ele sempre teve liberdade total em sua produção. Assim gerou uma obra poética ampla e com um toque muito pessoal. Em sua obra, é bastante comum encontrarmos termos que vinham da escola naturalista. Outro fator bastante marcante na obra de Augusto era um vocabulário bastante excêntrico, próprio de obras científicas. Na obra em questão, Augusto retratava a destruição do corpo humano com o passar do tempo até o caminhar para sua aniquilação completa. Augusto acreditava na existência do nada e na morte como fim da existência humana.

Seus versos na obra causam certo choque, onde o autor abusa do tema de apodrecimento e da desagregação orgânica do corpo. Mas, ao mesmo tempo o escritor busca retratar a tristeza visceral, aliada a falta de fé e ao negativismo perante a vida e a convivência social dos humanos. Isso deixa claro uma recorrente melancolia e pessimismo presente em praticamente toda a obra.

Assim, com estas características, sua obra deixou a comunidade intelectual brasileira perplexa. Afinal, ele não seguia as características da época, aonde os autores optavam por um estilo e eram fiéis a ele, e ousava criar uma obra original, única e com inúmeras influências. Diversos poemas de Eu são considerados, por diversos estudioso os mais inusitados e excêntricos da literatura brasileira, exatamente por causa de seu pessimismo e pelas palavras que retratam constantemente a podridão absoluta da matéria, a falta de esperança extrema, além do perecimento dos ideais românticos e a inevitabilidade da morte, que para ele era o fim da jornada humana.