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A Divina Comédia – livro de Dante Alighieri

livro "A Divina Comédia", de Dante AlighieriO poema / livro “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, levou mais de 11 anos para ser escrito e, até hoje, é uma das obras mais estudadas da literatura mundial. Composto de 3 partes, a obra recebe o nome de comédia, não por contar com humor em seu enredo, mas sim por terminar de forma positiva (definição usada na época para o “felizes para sempre” – quando o final era negativo, recebia o nome de “tragédia”). Recentemente, o escritor contemporâneo Dan Brown – famoso por ser o autor do Código da Vinci e outros livros do gênero – publicou uma obra baseada na primeira parte deste livro, denominada Inferno (o escritor Italiano está sempre vinculado a obras de grande porte e repercussão). O livro “A Divina Comédia” é um poema épico que retrata muito da condição humana e da teologia da época, de como eram essas crenças. As três partes de livro são: Inferno; Purgatório; Paraíso.

O Inferno de Dante

A primeira parte (Inferno) está dividida em 34 cantos, possuindo um canto a mais do que as partes seguintes.  Numa visão alegórica, esta parte do livro conta a história de uma viagem de Dante (daí o nome “Inferno de Dante”), onde ele passa – o que era considerado na época medieval – pelo inferno. Segundo o autor, o Inferno é localizado no centro da Terra e descrito com nove círculos, três vales, dez fossos e quatro esferas.

Essa organização é baseada na teoria da época medieval de que o universo era formado por  diversos círculos concêntricos e de que o inferno foi criado pela queda de Lúcifer do Céu. Ele teria caído na cidade de Jerusalém, a Terra Santa, portanto, ali estaria o Portal do Inferno. O inferno vai se tornando mais profundo a cada círculo, pois os pecados vão ficando cada vez mais graves. Assim, os pecados mais brandos estão no início, e os mais graves no final. Na obra, conceitos morais e éticos são debatidos constantemente.

Neste primeiro livro, o principal debate gira em torno da justiça, onde Dante Alighieri se baseia na concepção do grego Aristóteles, que em seu livro Ética a Nicômacos, que relata na obra que “deve ser observado que há três aspectos das coisas que devem ser evitados nos modos: a malícia, a incontinência e a bestialidade.” Segundo ainda o autor grego, a alma incontinente carrega a culpa consigo, mas a culpa é tida como menos grave do que o dolo (má-fé) e a vontade de pecar. Numa representação do pecado e da perdição, Dante se perde numa selva sombria, onde escapa somente com o auxílio de seu intelecto e de seu amigo Virgílio, o guia.

O Purgatório

A segunda parte do poema (Purgatório) está dividida em 33 cantos e é representado por uma montanha de círculos ascendentes. Este espaço representa o arrependimento dos pecados e a posterior salvação. Mas para isto terão de assistir as punições das outras almas, que por pecarem mais intensamente foram diretamente ao inferno. No início da montanha, os círculos são mais largos, onde o foco era o arrependimento de pecados mais pesados, alcançar os menores para então passar ao estágio superior (a aprovação pela porta de São Pedro), antes de seguirem sua subida.

Cada um dos sete círculos ascendentes corresponde a um dos sete pecados capitais: luxúria, orgulho, ira, avareza, preguiça gula e inveja. Ao fim da escalada, Dante se despede de seu companheiro de “viagem” Virgílio, pois este não poderá entrar no Paraíso. Ao final desta fase, ele encontra Beatriz, a mulher que amava quando estava na terra. Ela o leva para um rio e, ao beber da água, Dante tem sua memória apagada (esquece-se de todos seus pecados). Neste momento Dante entra no paraíso.

O Paraíso

Essa parte é a visão de Dante sobre o paraíso, onde ele é guiado por sua mulher, Beatriz. Diferente do Inferno, o Paraíso é dividido em dez esferas, cada uma representando algum componente do espaço, como lua, mercúrio, júpiter e outros. A primeira – a esfera da Lua – é para as almas virtuosas, mas que vieram a abandonar seus votos e foram insuficientes em uma das virtudes (a coragem). Na segunda esfera – a de Mercúrio – é para as almas que fizeram bom uso de seus desejos de fama, mas que foram ambiciosos (falharam na virtude da justiça).

Todas as outras esferas representam a falha em alguma virtude. Apenas a última esfera, o Empíreo, é onde todas as almas dos crentes formam enormes pétalas de uma gigantesca rosa. É nesta esfera que Dante encontra Deus e tem uma experiência com ele, compreendendo as três esferas separadas: pai, filho e espírito santo.