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A Arte de Enganar – livro de Kevin Mitnick

A Arte de EnganarAnos depois de sair da prisão, Kevin Mitnick resolveu contar a sua própria história no livro “A Arte de Enganar” (Ghost in the Wires). As memórias de Mitnick incluem detalhes sobre as habilidades mais conhecidas dos hackers comuns. O autor demonstra um grande conhecimento técnico e uma memória fora do comum para senhas e outros códigos. Além dos computadores, o livro revela outros talentos de Kevin Mitnick. Em algumas situações, ele simulou ser um agente de polícia e em outras, imitou o comportamento de um funcionário do SAC da empresa.

Através deste tipo de disfarces e de técnicas que o autor apelida de “engenharia social”, defende que é possível persuadir qualquer pessoa a fornecer informações sigilosas. “As pessoas, tal como descobri desde o princípio, confiam demais nos outros”, escreve Mitnick.

Ao contar estas memórias, o autor reacende críticas antigas aos sistemas de segurança modernos. Por mais robustos ou sofisticados que os ambientes virtuais possam ser, os responsáveis por operar as máquinas serão sempre os humanos. Essas pessoas, diferente das máquinas, confiam, choram, ficam cansadas, correm de forma apressada para os banheiros, deixando à vista seus códigos de acesso. O autor não esconde que usou de tudo para enganar alguém: falsificar crachás de identificação, mudar o tom de voz, criar sons de ambiente para falar ao telefone, entre outros.

No livro “A Arte de Enganar”, Mitnick alega não ter roubado um único dólar nas suas proezas, mas mesmo assim teve de pagar as consequências do seu estilo de vida. Durante quase 20 anos, ele se viu envolvido em um jogo de gato e rato com a polícia, precisando trocar de identidade e mudar de cidade e de residência, várias vezes.

Para qualquer interessado em segurança, as revelações de Mitnick são um valioso testemunho sobre como funciona a mente do criminoso digital. Por diversas vezes, as passagens desse livro que revelam suas táticas chegam a ser tão didáticas que parecem “saídas de uma espécie de manual do hacker”. Algumas dessas técnicas ainda funcionam, garante. Kevin Mitnick está com 47 anos de idade e atualmente é consultor de segurança.

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